quinta-feira, 14 de maio de 2015

nuvens?

Foi um baque.
Estava eu, incomodada com montes de dores no corpo todo, moída de dormir, lutando contra o facebook, que me devorou por mais de uma hora, toda sonolenta, com raiva de ter coisas pra fazer, com preguiça de sair pra comprar cigarro, e aí, venho pro quarto pra escrever a porcaria de uma resenha de um texto que não entendi coisa alguma, que tenho que entregar hoje. Abro o face pra perguntar até que horas tenho que entregar esse treco e do nada você aparece, com um som, que eu, ansiosa, decidi ouvir na hora. Tentei em vão me concentrar em algo mais, ouvi seu vocal e estremeci, num arrepio de surpresa. Minhas dores do corpo passaram, meu sono passou, minha raiva passou, meu frio passou. Eu tirei o roupão quentinho no meio dá sua música, e no fim o sol lá de fora me acordou tanto que eu fui sentindo o mundo como nunca antes. Eu tive que sair, comprar cigarro, tinha que me acalmar, minhas mão estavam suando como não suavam a um ano.
A um ano que eu me acostumei a ficar sozinha sem me sentir sozinha, ainda que as vezes me sentisse sozinha mesmo em companhia de alguém. Já aprendi a não deixar as coisas me abalarem, já descobri como bloquear os sentimentos que acabam comigo.
Sempre que lembrava de você buscava pensar que só queria muito que você estivesse feliz. Evitando sentir a saudade. Me acostumei a pensar só assim.

Agora não deu, agora tudo que eu bloqueei saiu de repente.
De repente tudo ficou bem.

Exceto a saudade, que eu voltei a sentir.