quarta-feira, 29 de julho de 2015

Ser das Trevas (Recomendo que vocês não leiam isso)

Pra mim, ser das trevas não é só um estilo. Pode ser um estilo, ao qual eu me adequo de vez em quando. Mas pra mim é mais um tipo de coração. Um tipo como o meu, no caso, acho que devem existir corações mais trevosos que o meu e tal. Mas enfim.
Várias pessoas já me perguntaram ''como você pode ser das trevas e ter medo do escuro?'' É até facil de explicar mas não é fácil de entender, aí me dá preguiça. Eu tenho medo do escuro por que minha imaginação é muito fértil e minha crença em fitas paranormais é bem grande. Então sim,e u ja vi uns babadooks e outros capetas nas sombras do meu quarto. Eu acredito em parte que esses capetas tão ali de boa coexistindo com a realidade que eu tou e pá, que não tão super afim de me matar ou me possuir, mas o medo tá mesmo na existência da parada. Porque se as fitas que eu vejo existirem, o que me garante que existem fitas existindo por aí que são minhas inimigas na mesma quantidade das que são minhas amigas. Se pá o medo, em sua parte racional, é isso aí.
Mas pra um coração trrevoso como o meu. Eu consigo não ligar muito pra isso. Eu consigo tar tão de boa com a possibilidade da morte que nem me pergunto se alguma das sombras quer me matar. São momentos que eu tou de boa. Acontecem.
Agora, não é só isso que um coração trevoso faz. Claro que eu só posso falar do meu.
Não da pra passar uma semana inteira sendo feliz o tempo todo. Não dá. O coração não permite. Primeiro as coisas que te fazem feliz passam a ser indiferentes. Depois passam a te comer a paciência. Depois te dão raiva. E depois, quando as coisas acabam, volta tudo a ser indiferente.
A indiferença domina até as fitas mais triviais da vida. Não ligo se o sol vai nascer ou se por. Não ligo se alguém vai aparecer ou ir embora. Não ligo se o semestre vai começar ou acabar. Não ligo se vou viver ou morrer.
Não ligo pras pessoas, nem pros sentimentos delas, nem pros problemas delas. Todos os três só me fazem sentir cansaço, tédio, e impaciência.
É claro, que a melhor solução pra isso tudo é o suicídio. Mas pra mim não é mais uma opção.
Eu tenho um irmão que não quero deixar no mundo alone. Quando tudo mais é indiferente o sofrimento que ele tem ou terá não é indiferente. Eu me dei a responsabilidade de cuidar disso. De tirar ele dos caminhos que eu já passei que deram em sofrimento. Não sei se tenho praticado isso muito bem. Mas não me dou o direito de desistir. Não consigo.
Mas se alguma coisa no escuro do meu quarto me matar. Eu não vou ter desistido. Chega até a ser uma esperança.

domingo, 26 de julho de 2015

Ser estranho


Fumo flor
Durmo uma tarde inteira se precisar
tenho roupas, mochilas e sei la mais quantas fitas estampadas com caveiras
Gosto de arco-íris e trevas ao mesmo tempo
Não gosto que me acordem com informações
Tenho preguiça de fazer comida então como só tudo que for pronto
Gosto de músicas velhas, novas, corretas, incorretas, dançantes, deprimentes, pesadas ou felizinhas, sejam em italiano, japonês, francês, coreano, indiano, alemão, inglês ou português.
Sou viciada em cigarro, pepsi e inércia.

Devem ter um monte de outras coisas em mim que me faz um ser estranho. Mas enfim.
Existe um tipo de estranho que é suspeito, que pode ser perigoso. Mas que tipo de estranhices se encaixam nesse?

Fumar cabelo
Durmir vinte horas todo dia
Ter roupas mochilas e sei la mais quantas fitas estampadas com animais sofrendo
Gostar de carne bovina e humana
Não gostar que olhem nos olhos.
Ter preguiça de sair de casa, então não sair de casa nunca
Não gostar de músicas.
Ser viciado em em em.... não sei

Acho que nunca vi ou ouvi falar de um estranho assim. Mas será que isso faria dele um estranho tão estranho assim?

Por que tem alguns trejeitos estranhos que tudo bem e outros que dão medo? Quem fez o estudo de fumantes de cabelo ou apreciadores da carne humana são necessariamente perigosos?
Acho que a gente é ensinado a ter noções muito arbitrárias do que é um estranho perigoso e um estranho só fora do normal.
Talvez todo mundo mereça uma chance mesmo que isso possa vir a colocar nossas vidas em risco.

Talvez...



domingo, 5 de julho de 2015

O que se perdeu da linha

Tac-tac-tac-tac ... tac-tac-tac-tac ... tac
Os números não batiam. Desacostumado com a incoerência, Rafael não sabia o que fazer. Procurou alguma opção no monitor que pudesse registrar o erro dos dados. Nada encontrou. Refez a conta. Quarenta e dois nascidos na parteria D até ás 18 horas, Quarenta e um recebidos na ala 23 do berçário IV até á meia noite. Rafael deu de ombros, alterou o dado para o valor correto e seguiu para próximo formulário.

Chorava um pequenino ser perdido numa calçada fria. Ele não foi enxergado por ninguém, não havia lugar pra ele na programação do sistema. Ele não havia sido previsto, perdeu-se da linha de produção e não completara seu trajeto. Chorava no mais agudo volume que podia mas o sistema não era capaz de ouvi-lo, não era programado para ouvi-lo. Chorou até dormir.
Ao amanhecer a pequena coisa já havia desistido de chorar. A calçada já não mais estava tão fria. Mas a luz do sol machucava-lhe os olhos. Enrolou-se num canto e ali ficou até que imaginasse algo diferente pra fazer.

Incapaz de se comunicar, incapaz de entender muito do que acontecia a sua volta, mas extremamente hábil em não ser notado, um humano andava entre os outros. Seu maior temor era que algum deles que passavam viessem dizer-lhe algo. Sabia que qualquer que fosse este algo não seria capaz de entender. Não passara pelo programa educacional que os outros passaram.
Seu corpo era anormalmente esquelético. Era o único humano que não sabia a frequência correta da vitaminação. Também era o único que ultrapassava as quadras. Os humanos não precisam ultrapassar quadras uma vez que seus dormitórios e escritórios eram devidamente planejados pra estarem na mesma quadra. Cada quadra possuía exatamente tudo que os humanos que moram nela precisam; seus refeitórios, copulatórios, empórios, escritórios e dormitórios.
Sempre se perdia, andando e repetindo tudo que os outros faziam. Não sabia voltar por onde veio, uma vez que o que tinha á sua frente era exatamente igual o que tinha ás suas costas. Mas por um momento teve a impressão de que notara algo que não era igual áquilo que já havia visto. No fim de uma imensa rua havia um prédio pouco mais alto que os outros. Sentiu o desespero correndo por suas veias e correu. Agitava-se pela animação de finalmente descobrir algo que não fosse tediosamente igual a tudo. Suas energias acabaram no meio do caminho. Parou no refeitório de uma das quadras, serviu-se de uma das vitaminas esverdeadas que saiam igualmente gosmentas de todas as máquinas, tomou em dois goles e continuou correndo.
Com empolgação entrou no imenso prédio onde via muitos outros da sua idade. Andavam em filas, entravam em salas e saiam de salas, todos vestidos com muitas cores diferentes, com muitos padrões semelhantes também. Seguiu um deles, entrou numa das salas e sentou-se á uma das mesas. Num monitor via múltiplas imagens, reparou que os outros usavam fones na cabeça, então tratou de vestir o que encontrava sobre sua mesa. As imagens falavam, conversavam, e muitas coisas foram explicadas. Muitas coisas que antes confundiam ficaram esclarecidas.
Quando saiu de lá já era noite. E sentiu a capacidade de falar. Ouviu as grandes fotos brilhantes da rua e as entendeu. Viu as imagens coladas nos vidros dos refeitórios e conseguiu lê-las. Percebeu-se alfabetizado. Animou-se como nunca antes, inflou seus pulmões como nunca soube que podia. E correu. Pela mesma rua. Agora sabendo de que sentido havia vindo e para qual sentido ia. Conseguia ler. Conseguia entender. Passou a madrugada correndo. Rindo. Lendo. Entendendo. Se sentindo um deles.
Parou apenas ao encontrar um novo prédio. um diferente daqueles que haviam em todas as quadras iguais, e diferente daquele que o havia ensinado a entender. Era grande e baixo. Seguiu sua mais longa parede até onde encontrou janelas pra ver o interior.
 O cansaço carcomia seu corpo mas não impedia que a cena lhe espantasse. Pela janela via esteiras rodando sob vários carimbadores de etiquetas. Cada carimbador etiquetava com um nome diferente, mas não muito diferente. Sonolentos os bebês eram etiquetados de Bruna, Gustavo, Amanda, Vitor, e o que deviam ser seus sobrenomes eram séries de números, Vitor 6029384, Carol 7203846, Rafael 4019367, Ana 7192849 Pedro 5920893, Mariana 6723854, Lucas 4267402, Julia 6982367... Chegou a notar a repetição, ou quase repetição quando viu um Pedro 5920894. Não conseguia entender o porquê, mas aquilo tudo nauseava-lhe. Sentiu-se menos humano. Sentiu-se perdido e confuso como deviam estar aquelas crianças. Teve de continuar andando, com nojo da realidade que respirava, mesmo incapaz de entender, mesmo sem querer entender, mesmo sem saber se ia pra de onde havia vindo ou pra onde estava indo. Seguiu a grande rua até precisar sentar pra dormir, numa parede qualquer encostou-se em posição fetal e adormeceu.

Abriu os olhos quando sentiu que o ar brilhava demais. Viu raios de sol iluminarem seus pés de muito longe. Ainda era noite mas o sol conseguia alcançar seus membros. Ele nascia no fim de tudo, mas de uma linha que dava pra ver, era realmente distante mas o sol era capaz de percorrer aquela distância. Levantou-se em choque quando notou a ausência de prédios. Conseguia ver muito além do que jamais conseguiu. Todas as casinhas á sua frente eram pequeninas, muitas, mas pequenas, e cada vez menores quanto mais próximas do sol. Viu ao seu lado um par de portões. Dividiam a rua de um grande sítio, que possuía casas baixas mas bem maiores. Os portões não eram de pedra nem de metal. Eram cor de sujeira e nunca tinha visto um material daquele, por isso assustou-se quando rangeu ao tentar movê-lo. Entrou e foi andando, de olhos arregalados. Nunca vira tantas pessoas velhas juntas e desacompanhadas de robóticos, eles sempre estavam acompanhando os idosos á algum lugar. Aquele devia ser o lugar afinal. Os idosos reparavam sua presença, olhavam com simpatia, pondo os dentes a mostra. Não via humanos lá fora fazendo aquilo, mas era acalentador. Começou a ouvir um som semelhante ao do portão, mas repetitivo. E o seguiu. Viu o humano mais velho que já vira desde que percebeu que existia, sentado numa cadeira que o empurrava pra frente e pra trás.
Olhou pro senhor franzido na cadeira balançante. Recebeu o olhar de volta. De repente ambos sentiram a mesma paralisia, sentiram o mesmo enjoo e desespero. Suando frio, o velho viu o esquelético menino aproximar-se dele. O menino sentiu-se familiarizado ao notar as cores dos olhos do velho. Relaxou-se quando sentiu o quão inofensivo realmente era o menino que se aproximava. Ele tocou a mão do velho e nisso o corpo jovem apagou-se, como um velha memória que se esquece, e o velho lembrara.

Viu-se nos campos onde os alfabetizados eram recolhidos para trabalhar. Viu os idosos de sua época serem levados pra alojamentos tal qual o que estava agora. Viu a si e aos seus parceiros enquanto eram encaminhados para as alas de entretenimento. Lembrou-se de muitas horas que ficou assistindo a propagandas e propagandas, uma atrás da outra. Lembrou-se de ser alimentado cade vez pior, mas ficando cada vez mais saudável. Lembrou-se de ser selecionado e enviado uma vez por semana ao copulatório 84, de ir e voltar de lá milhares de vezes até começar a definhar de artrite. E então viu-se onde estava a muitos anos. Envelhecendo. Apenas. Descartado. Inútil ao sistema. Deixado para morrer.
Olhou a sua volta, pela primeira vez em muitos anos, olhou e enxergou. Viu tudo aquilo que o sistema havia planejado. Entendeu o que todos estavam fazendo, o que estava sendo feito a todo momento. Percebeu a diferença da vida que tinha quando ainda sabia o que era consciência e da vida a qual sobrevivia agora, se é que podia chamá-la de vida. Marejou seus olhos quando lembrou do que era sentir empatia. Sentiu a vida de todos a sua volta, sentiu sua quantidade. Seu padrão. Seu vazio. Lembrou-se do que era sentir agonia.
Sua única lágrima mal havia alcançado o chão quando morreu de parada respiratória.


                                                                                                                             -BHK2015

preciso escrever um conto apocalípitico

Eu fui fazer essa matéria por que achei mesmo mesmo que íamos discutir as possibilidades de um apocalipse zumbi, toda aula eu torcia pra o prof começar a falar disso, mas é, eu esperei demais de um tópico de história. Enfim, calhou do prof ser super daora e me deixar fazer uma trabalho do meu jeito. Agora eu tenho que escrever um conto apocalíptico pra entregar hoje e sua respectiva analise pra entregar dia 10.
 Bom, eu fui pensando num apocalipse real, sem sobrenaturalidades e sem a natureza destruir a  humanidade, cheguei a conclusão que preciso pegar tudo de bom que há ou deveria haver no mundo e destruir pra que fosse o apocalipse. Então decidi começar pensando tudo do mundo que eu acho que é bom. Pra listar. E pensar uma forma de destruir tragicamente.

Primeiro eu pensei na Liberdade; na Empatia; no Amor; nas Conexões; e cheguei a conclusão que eu já sei muito bem como destruir as relações pessoais sejam intra ou interpessoais. Então tentei pensar no que mais há de bom e aí vem as reticencias, o que mais?

Florestas, campos, ventos, lagoas, rios, mares, peixes, aves, ursos, ...
fiquei nessa, bucólica, e travei.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

minha relação com a politicagem

Eu fui entender ontem porque o facebook me deixou com tanta preguiça de política. Tava só no sentimento, mas ontem eu troquei uma ideia da hora com uma galera que fez meus pensamentos virem á tona.
Sobre redução da maioridade penal. Foda. Muito foda. Primeiro que encarcerar é uma dos meios que faz menos sentido na tentativa de reabilitar á sociedade pessoas ''criminosas''. Aí vem os tontos na câmara e seus seguidores achando que colocar seres humanos ainda mais novos numa prisão vai adiantar alguma coisa pra melhorar a vida das pessoas. Prender as pessoas que já estão sendo presas já não adianta, prender pessoas ainda mais crianças vai adiantar como?
Eu fiquei irritada com as pessoas todas a favor a redução da maioridade penal, mas também fiquei com as pessoas contra. Todos focamos tanto nas coisas mais erradas que a política brasileira tá fazendo e esquecemos de olhar as coisas absurdamente erradas que a política, e não só a brasileira, já fez e está fazendo a muito tempo.ENCARCERAR NÃO DÁ CERTO. É ERRADO, eu odeio usar o termo 'errado', mas não tenho dúvidas de que É SIM errado, privar uma pessoa de sua liberdade de ir ver as pessoas que quiser, na hora que quiser, onde quiser só serve pra deixar ela mais perturbada, irritada, enraivecida e talvez psicótica. Existem pessoas que tem pavor físico com a prisão, e tem nome pra isso, nome que todo mundo conhece; Claustrofobia. E aí vamos todos prender pessoas desajustadas á sociedade pra deixar com que elas sintam o quão opressor pode ser um ambiente que não permite que elas se movam. Como se cultivar uma claustrofobia dentro de pessoas que não a tem fosse resolver o problema de desajuste que ela tem com a sociedade.
Além disso, preciso dizer que se estar desajustado a essa sociedade é ser criminoso, eu tenho muito muito orgulho de ser criminosa. Se tem uma coisa a qual eu não quero me ajustar é essa sociedade depravada, distorcida, degradante, cultivada em cima de um monte de definições perturbadas, em cima da ganância,em cima do patriarcado, do racismo, da homofobia, da transfobia, em cima de todas as intensificações das características mais horríveis do ser humano; essa sociedade que não sabe o que é amor, confiança, apoio mútuo, que não sabe o que é educar, não sabe pensar na formação de uma pessoa, não sabe ver o humano como humano, só sabe construir uma porrada de instituições que desumanizam. Todo humano se encaixa na definição de criminoso dada pela sociedade de hoje.
Assim sendo, sou humana portando sou criminosa. E com orgulho.


                                                                                                                       -BHK2015

Pessoas e Sentimentos

Eu cansei já. Mas não é como se conseguisse fugir. Pessoas e sentimentos já estão dentro de mim.
Toda vez que engulo os sentimentos eles ficam guardados no meu subconsciente e explodem nos momentos mais errados. Errados no sentido desconfortável, porque são todos os momentos, qualquer momento é errado pra se soltar essa bomba de sentimentos. Ela é sempre demais pra qualquer ato da realidade.
Mas pessoas. Pessoas me cansam muito. Todas e cada uma exigem da minha compreensão, empatia e paciência. E eu sei me jogar. Eu sei dar tudo de mim. E dou. E minhas energias se esgotam. Vale a pena. Mas é um cansaço inexplicável que vem depois.
Aí tem casos de pessoas que consomem minhas energias sem que isso gere algo produtivo. Só consomem. São pessoas sensacionais, em pensamentos, características, e sentimentos, pessoas que me fascinam e me fazem querer mais. E aí meu cérebro se deixa consumir por essa vontade intensa, vontade de conviver com essas pessoas. E o cansaço que vem desses casos me frustra, porque é muito inútil, é improdutivo, é só minha vontade. Me deixa com raiva de não poder trancar meu coração dentro de um baú, feito Davy Jones.
Além disso, tem outro cansaço, é meio que só uma dor. As pessoas são sensíveis. ás coisas que você fala, ás coisas que você faz, ás coisas que você pensa, ás coisas que você sente. É muito trabalho de pensamento pra conseguir conviver com as pessoas sem deixar elas magoadas, enraivecidas, confusas, apaixonadas, sem deixar elas com todos aqueles sentimentos que a língua não tem palavras pra representar. E aí eu fico triste, eu vejo as coisas que fiz e disse que deixaram as pessoas assim e me arrependo. E dói. O arrependimento só dói. E aí soma com o cansaço a mais de pensar o que fazer agora que eu já fiz cagada. Então só da preguiça de pessoas e sentimentos.

Eu cansei de continuar pensando e falando disso. Preguiçei de continuar. Então é isso aí.

                                                                                                                  -BHK2015

terça-feira, 30 de junho de 2015

sobre o principio da incerteza e pa

mano, acho que existem infinitas variaveis desconhecidas quem é o ser humano pra achar que cunhece tudas as variavel, meu >ah mas não quer dizer que acredito que continue, é só uma impossibilidade de concluir se há algo ou não < eu cunhei isso de principio da incerteza [se alguem nao tiver cunhado antes] eu só nao acredito em 100%s matematicamente o cem porcento só é alcançavel se voce souber e considerar todas as variaveis e COMO considerar TODAS as variaveis se as variaveis existentes são infinitas nenhum resultado cientifico é perfeito considerando isso onde e quando vc pode ter certeza de algo bota isso com a relatividade e vc ve a não certeza em todas as coisas inclusive a morte por exemplo eu tenho uma teoria de que se a gente nao fosse viciado a gente seria imortal se outro gás que nao o oxigenio fizesse a acepção dos eletrons da nossa respiração celular um gás que não oxidasse nossas celular a gente nao envelheceria a gente morreria e pa mas via assasinato ou doença nao via velhice ia ter uma hra que a gente simplesmente nao ficaria velhinho caquetico saca? é só uma teoria, claro eu nao tenho mais nenhum embasamento pra pensar isso >então, vida que sobrevive sem oxigenio é possível< yup >agente tem isso em oceano profundo< >ou a famosa quimiocintese< mas eu tou falando da nossa especie memo >é que pra mim a nossa espécie é a nossa espécie justamente/inclusive porque agente usa oxigenio< se o lamarckismo nao tivesse sido desqualificado dava pra meter as pessoas pra respirar amonia e esperar elas desenvolverem sim, viraria outra especie >por exemplo, se você em um mundo possível tivesse usando uma roupa de cor diferente da agora, e só isso mudasse todo o resto do universo todo fosse identico< >essa pessoa de roupa diferente não é vocÊ< eu seeei seria sim outra especie mas daria na mesma saca? o fato da camiseta ser diferente nao quer dizer que eu nao seja humana >sim, você continua sendo humana< >mas nunca pensei nessa perspectiva como caracterizar a humanidade< >mas oque te faz pensar que existem infinitas variaveis, sendo que você mesma afirma a não crença nos 100%s?< poizé né acho que a vida é um paradoxo mesmo nao tenho certeza posso estar errada o numero de variaveis pode ser finito mas na minha cabeça ainda é um numero tao grande que em comparação com o numero de variaveis que o conhecimento humano conhece parece infinito

quinta-feira, 14 de maio de 2015

nuvens?

Foi um baque.
Estava eu, incomodada com montes de dores no corpo todo, moída de dormir, lutando contra o facebook, que me devorou por mais de uma hora, toda sonolenta, com raiva de ter coisas pra fazer, com preguiça de sair pra comprar cigarro, e aí, venho pro quarto pra escrever a porcaria de uma resenha de um texto que não entendi coisa alguma, que tenho que entregar hoje. Abro o face pra perguntar até que horas tenho que entregar esse treco e do nada você aparece, com um som, que eu, ansiosa, decidi ouvir na hora. Tentei em vão me concentrar em algo mais, ouvi seu vocal e estremeci, num arrepio de surpresa. Minhas dores do corpo passaram, meu sono passou, minha raiva passou, meu frio passou. Eu tirei o roupão quentinho no meio dá sua música, e no fim o sol lá de fora me acordou tanto que eu fui sentindo o mundo como nunca antes. Eu tive que sair, comprar cigarro, tinha que me acalmar, minhas mão estavam suando como não suavam a um ano.
A um ano que eu me acostumei a ficar sozinha sem me sentir sozinha, ainda que as vezes me sentisse sozinha mesmo em companhia de alguém. Já aprendi a não deixar as coisas me abalarem, já descobri como bloquear os sentimentos que acabam comigo.
Sempre que lembrava de você buscava pensar que só queria muito que você estivesse feliz. Evitando sentir a saudade. Me acostumei a pensar só assim.

Agora não deu, agora tudo que eu bloqueei saiu de repente.
De repente tudo ficou bem.

Exceto a saudade, que eu voltei a sentir.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Diálogo Imaginário

Olha que bosta. Olha que grande e imensa bosta. Tudo isso que dá pra ver á nossa volta. Uma grande e fedorenta bosta. Tão bonita por fora, mas tão bosta por dentro.
Eu olho pra essa grande bosta e me da nervoso que ela existe, que ela é do jeito que é, que eu não posso fazer nada pra mudá-la. Quando eu sinto a realidade eu sinto tanta dor, por tantos motivos, combinados, que me dá desespero, e depois que bate o nível máximo de desespero resta só desesperança. Aí eu tento me minimizar, não sei bem porque, acho que deve ser pra ver como dá pra viver num mundo sem bosta. Eu imagino como uma formiga que vive pra sua sociedade, que sabe que sua função é vital pra sua sociedade, mas aí eu penso, até que ponto ela sabe mesmo? Talvez ela só faça tudo porque pra ela é natural, e ela não tem nenhum sentimento do quanto a sociedade necessita realmente do trabalho dela. E pra formiga isso é de boa. Pra mim não seria. Eu passo a olhar pra sociedade da formigo e penso, que bosta. Dá pra viver como a formiga no seu mundo achando que ele não é bosta mas isso não quer dizer que não seja. No fim, é sim. Bosta igual a minha realidade.
A gente olha pra esse monte de bosta que precisa ser mudada e sabe que não consegue mudar tudo. Aí vem aquela coisa de desistir, de parar de tentar fazer algo pra mudar qualquer coisa. De tocar a vida, pra cuidar de si mesmo, de ser feliz.
Pra mim isso é ser adulto.
Eu não quero soar Peter Pan mas eu tenho medo de crescer. Esse pensamento e sentimento todo me brota várias vezes, e cada vez bate menos forte. Menos doído. Como se cada vez que eu pensasse, o lado que quer continuar lutando fica mais fraco, e o lado que quer desistir, mais forte. E talvez isso seja estar crescendo. Um professor meu de história uma vez disse que era foda, ele tinha 25 anos, acho, e disse que já sentia a fita de estar ficando adulto, e que era foda. Talvez fosse disso que ele estava falando. Talvez ele só tivesse falando que tava careca muito cedo. Mas prefiro pensar que não.
A coisa é que eu não sei mais se quero continuar torcendo pro lado que continua lutando ou pro lado que quer desistir e tocar a vida. Toda vez que bate esse pensamento e sentimento todo eu sinto que tou torcendo mais pro lado que quer aceitar a bosta e tocar a vida.
Desculpa, eu tou te deprimindo.

Olha, eu fico deprimido por vários motivos, com várias coisas, pequenas ou grandes, quase todo dia, mas você conseguiu.

É, desculpa.

Mas, sabe, eu não tou exatamente triste, deprimido sim, mas não triste. Não é a mesma coisa.
Eu me identifiquei com a sua luta interna. E acho que isso me faz me sentir, na verdade, bem. Saber que você luta assim também meio que me faz me sentir, digamos, menos sozinho. E isso acaba que me faz sentir bem.

Me faz sentir bem também.
Vem na cabeça aquela música do Judas Priest, United. Que sempre me fez sentir bem. Aí eu fico pensando se a união dita assim como na música é como ''estar junto'', como ''lutar junto''. E não tem como saber se é mesmo ou não...

... e o fato dessa segunda pessoa do meu diálogo ser só imaginária me faz sentir triste. Bem triste, não só deprimida, triste também. Bastante.




                                                                                                                                         - BHK2015

sábado, 18 de abril de 2015

A barata que me entrou pela janela

Mêu, e essas pequenas loucuras da vida
Vim dormir na sala e sei que vou ser devorada por pernilongos.
Fugi pro bar e sabia que mamãe ia me encher o saco.
Encontrei os amores e fritei que quero sempre mais.
Voltei pra casa e vou ser devorada por pernilongos.

Mas e aí? E agora?

E aquela sinuquinha que eu queria que rolasse no bar fechado?
E o rolê que eu queria fazer mas mamãe vai me sequestrar pra são paulo?
E esse apitar do meu ouvido que me enche o saco que não tem nem um ritmo pra me alegrar?
E aquele livro que ta dominando meu dia a dia que tá representando a minha vida muito bem?
E aquele cara que tá lá e não tá lá?
E aquela amiga que tá lá e tá sempre lá?
E aquele b.o. que fica em casa e mora com você?
E aquele apitar que muda o ritmo e não me alegra?

A fita é que a barata era só paranóia, eu vou ser devorada por pernilongos.




sábado, 7 de fevereiro de 2015

Moron strikes again.

I just stopped to read her whole message. As I imagined I regret it.
She asked me Why.

I can't just say ''honestly, I also forgot Why''

I mean.... that was probably the only thing I really managed to forget. Every time I talk to people about almost anything slightly important she comes to my mind and I mention her to people like 'that best friend I don't talk to anymore'. Some of my friends already know her name.
I live in a house with a couple of friends in Campinas now. Sometimes when I'm there I just think of how awesome would it be if she could be here with me. And then I get sad.

But after all this time I don't think we would even manage to have a friendship. I changed into something I know she sort of hate. Only in futile details, I think. I mean... I've been wearing colorfully now. I'm listening to happy and meaningless music, not only heavy progressive rock. I hang out with some sexist friends who are kinda stupid, like, she would be too much cool for them. Also, she was that loner, liked to have just a few friends. I have a bunch of friends now. Some I live with. Some of my class. Some of my bar. 3 or 4 major groups of friends. I get along quite well with most of them. And she was always so jealous of people I fell in love with and of people I called close friends that she refused to become friends with them... although there's Ken, whom she's still friends with, I guess.
If I could bring her back to my life I'd want her to be friends with my friends. And I don't think that's even possible. I don't know.

Maybe I just don't know how to get things right after one full year apart.

I sometimes see myself wondering how is she doing with her live. Wonder if she's still with that boyfriend. With that band. With that dog. With those parents. I even consider asking some things to some of her friends I think she still talks to. But then I just give up.

I just don't have the guts to talk to her, to search her.

There is one thing she did that really hurt me. Nowadays I think I overreacted, I don't know.
I spent 3 and a half years away, out of town, I lost all friends from São Paulo. Then I finally get back. Back to town, we were in the same city again, what she claimed to be missing. - actually, she said I didn't travel for her as she traveled for me. And there was once I traveled for that guy I was in love with, not only for her. And then I end up not going to find him but whatever - and there was I, in a city I had only her, and she decided to be mad at me. To avoid me. Leaving me with poliedro and my depression. It was horrible. Awful. Painfull. I started walking around with people I didn't really like because otherwise I would just be literally alone.

I never got over that.
But now it doesn't seems to be reason enough. So I guess I just don't really now Why.




Miss you

Moron