quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Meu dia e minhas reflexões sobre o "Rolezinho"


'Diário do Rorschach' Bhk 15 de Janeiro de 2014.


Hoje não fiz muito mais do que ir ao dentista (que por acaso me disse que meu piercing não está afetando minhas gengiva e dentição), ler Watchmen e dançar. "Dormi" bastante e fiz um café.
Fiquei por muitos meses sem dançar loucamente como hoje, suei a ponto de escorrer. Sempre me imagino dançando com amigas e amigos num lugar público, numa praça ou parque. E ás vezes eu até acredito que danço bem. Deve ser bem ridículo na realidade.

Mas hoje finalmente decidi por meus neurônios pra se mexer sobre a história do Rolê no Shoppim'.
Vi um vídeo que uma amiga compartilhou e concordei. Isso não é um movimento, não é nenhuma manifestação. 
É só um grupo de jovens buscando auto afirmação (copyright: Robinson).
Ninguém no meio daquela galera está reivindicando seus direitos de frequentar os mesmos lugares que a elite. Até porque eles sabem, melhor que ninguém, que NÃO tem esse direito.
Veja bem, não estou falando que eles não deveriam ter tal direito. Estou dizendo que o fato é que eles não o tem. 
Por fatores muito simples, a elite que frequenta esses lugares tem, exigem e são submissos a, um padrão de comportamento, o qual as classes inferiores não tem, isto é, não estão acostumados, não o conhecem, ou simplesmente se recusam a absorvê-lo. E essa elite tem o poder, por mais que mal saiba disso, de monitorar esse padrão. Pessoas são pagas pra fazê-lo.
Além disso, a elite põe aos pobres uma outra barreira, os preços. Todos sabemos que qualquer coisa é mais cara no shopping, todos sabemos o preço de uma lata de refrigerante na praça de alimentação dos shopping e o do supermercado. O efetivamente Pobre tem funções mais importantes pra o dinheiro que possui, que costuma ser pouco. Os "pobres" que vão pro Rolezinho são os jovens que se recusam a aceitar as condições injustas que vivem. Não que devam aceitá-la, porque não devem. Mas o que tais jovens realmente querem é iludir a si mesmos, reconfortar sua insatisfação, sob a ideia de que é ele quem define quais direitos ele tem ou não.

Esses jovens são simples sonhadores, isto é; Pessoas que tem vontades e que não conseguem saciá-la porque a sociedade não lhes dá opção. 
Pode-se ser feito algo sobre isso. Num projeto a longo prazo somente. Não é com bolsas família que vai ser dado ao jovem pobre o direito de desfrutar do conforto e benefícios de um shopping.
Eu acredito que essa polêmica não existiria se as feiras, largos santo amaro, e 25's de março fossem tão bem estruturades, agradáveis, e com produtos de qualidade como um shopping.

Veja que não estou dando uma de "comunista" e apresentando a quebra do capitalismo como solução. Não que não seja uma solução pra tal caso. Mas atualmente não vejo perspectiva positiva para isso no Brasil.

Aliás, também não acho que a elite esteja certa em reprimir esses jovens, principalmente com tal violência. Acontece que essa elite está acostumada com as facilidades pro lado dela. Essa elite acha inadmissível que os outros venham desejar ter aquilo que eles já tem. Mas não é culpa de cada uma dessas pessoas da elite, elas não pensam sobre isso, elas só vivem, cada uma a sua própria vida, acostumadas com o que tem do jeito que tem. 
A realidade está a favor delas, se queremos isonomia devemos mudar tal realidade. Se não queremos nada ficamos quietos e vivemos.

Eu quero isonomia.
E pretendo continuar querendo mesmo quando for "adulta". Não pretendo ceder.

                                                                                                                                              BHK2014
 


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