sexta-feira, 25 de março de 2016

Saudade da minha caneca


Eu sempre reclamo sobre pessoas e sentimentos. Afinal pessoas dão muito trabalho, uma vez que elas tem sentimentos, tem pensamentos, tem vontades, e além do mais há sempre a possibilidade de falha comunicativa. Luci Amado, como é complicado se comunicar com um ser humano. Qualquer frase pode ter duplo significado, qualquer termo levemente tendencioso a ambiguidade pode comprometer toda comunicação. E essa, por sua vez, pode comprometer qualquer coisa. Então, bem, pessoas exigem paciencia, muita. E eu gasto todo meu estoque com a parte comunicativa e quanto a opiniões e vontades, não sobra paciência nenhuma pra parte dos sentimentos.

Que praga essa coisa. Sentimentos. Ninguém devia ter isso. Acho que isso aí é um puta bug no sistema operacional humano que deviam arrumar logo. Não dá mais.
Eu não consigo conceber o quanto os sentimentos são amplos e enraizados nas ações de todas as pessoas. Mas de verdade, em TODAS ações. Até na ausência de ações. Eu, por exemplo, tou sendo movida pela necessidade de proteger meu orgulho - o que eu entendo como um sentimento, uma emoção, ainda que não consiga escolher um nome que bem lhe represente - quando deixo de contar pras pessoas que abalam meu coração que gosto muito delas. Agora, diga-me qual RAIOS é a utilidade de um sentimento desse? Pra nada serve. Pra bagunçar tudo. Ainda que seja difícil ver esse exemplo como um sentimento. A maioria dos sentimentos servem apenas pra complicar relacionamentos interpessoais e causar sofrimento e dor. [E tou dizendo a maioria pelo princípio da incerteza mesmo, não consigo pensar em nenhum que sirva pra algo.]
Se houvesse uma passeata pelo fim das emoções, eu ia com certeza.

Agora, como se não bastassem pessoas e sentimentos, tem instituições. Tipo, ai meu santo capeta, a Família. [Note que na minha visão de instituição também cabem: machismo, etiqueta, ''religião'', e etc] A família é aquela coisa que ta ali, todo mundo sabe como funciona, todo mundo se fode com ela, e todo mundo passa a vida fugindo dela e ainda assim pregando 'ui ui ui familia é a unica que voce pode confiar, ai ai ai familia voce tem que amar bla bla bla'. Acho que é a hipocrisia que mais me irrita, mas enfim. Familia é o treco que faz o universitário que estuda longe voltar nos feriados idiotas pra sentar em volta de uma mesa, comer qualquer coisa junto de alguma forma ritualística cujo significado ninguém sabe, e sofrer com as conversas intolerantes.
Juro, dez minutos em casa e minha vó já tava reclamando de ''cabelo ruim'' de negro. PELOAMORDOSANTOCAPETA
Mas, tá, calma. Foco. Nem toda família é totalmente conflituosa com seus integrantes universitários. Tem famílias que realmente se amam e tal.... será?
Me preocupa um bocado isso. Afinal, eu volto pra SP porque tenho que manter uma relação com meus pais pra poder ver meu irmão, pra que eles me mandem dinheiro e pra satisfazer pequenas saudades. Normalmente saudades da cidade. Eu ainda sinto muita falta de São José dos Campos. As pessoas devem sentir falta de pessoas de suas cidades. Eu não tenho pessoas em SP mais. Digo, conheço pessoas. Mas não tenho mais proximidade pra sair com elas. O QUE É UMA MERDA porque meus pais acreditam piamente que é normal ficar as 48hrs do fim de semana dentro do apartamento passando hipotético ''tempo'' com eles.
Enfim, é, as pessoas tem saudades de parentes, amigos, da cidade, dos rolês, sei lá. Mas vocês já pararam pra apreciar a saudade das coisas? Acho que todo mundo deve ter saudade de umas coisas. Eu parei pra notar hoje o quanto eu senti falta da minha caneca. Ela é preta e vermelha s2. Ela tem uns kanji japonês escritos, que eu não faço a menor ideia do que são, e ela tem um par branco. Branca e vermelha a outra. Eu nao sei porque senti falta mais de uma do que da outra. As duas são e não são minhas, como tudo nessa casa e de ''minha posse'', meus pais compraram com o dinheiro deles então eles que determinam o que eu posso ou não chamar de meu. Nos tempos primordiais da compra - ou talvez tenha sido um presente - a caneca preta era de papai e a branca de mamãe. Nada haver. Eu que uso as duas, e só uso elas e nada mais. NA PRÁTICA SÃO MINHAS.
Eu senti tanta saudade dessa caneca que quase abracei ela antes de enchê-la de coca. Na real, capaz de eu ter feito isso sim, não lembro.
De qualquer forma. OLHA ISSO. Um sentimento tão forte e profundo quanto saudade, assim, inutilmente associado a objetos materiais sem nenhuma história marcante ou significativa. Me diz se esse treco não é um bug que precisa arrumar. Cade a atualização do homo sapiens? quando sai o 2.0? Tá na hora. E olha. Esse não é o único bug. É só o único sobre o qual eu tenho paciência pra discorrer sobre no momento.

>> Só pra testar, pessoas fofas que curtem Death Note e eram apaixonadas pelo L travavam com a musica tema assim como eu? MANO, eu dava um puta overheating e parava de funcionar, sério, rolava até umas convulsão emocional. Não pode isso não. Precisa atualizar o sistema.
Eu morri quando descobri essa tubular bells: The Exorcist // L Theme Song <<

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